Quer ficar
atualizado? Veja
nosso BLOG

03
jun

A evolução e prevenção contra os crimes cibernéticos

O avanço da tecnologia e dos dispositivos será sempre acompanhado pelo desenvolvimento de novos crimes cibernéticos e ferramentas para lesar os consumidores 

O isolamento social aumentou o número de pessoas conectadas aos diversos sistemas e serviços da internet e também aumentou o tempo de conexão destes usuários, e como consequência, podemos afirmar que houve uma expansão significativa no que podemos chamar de superfície de contato para as ameaças de crimes cibernéticos. 

Dados da Minsait apontam que houve um aumento de 75% nos números de ataques por hackers durante a pandemia, sendo os mais comuns por meio de técnicas de spam, uma espécie de publicidade em massa, vishing, que é a utilização de engenharia social para obter vantagens ilícitas por meio de chamada de voz, e smishing, golpe por mensagem de texto supostamente vinda de uma fonte confiável. 

A nova realidade em que ataques cibernéticos se tornam cada dia mais comuns na vida das pessoas demanda uma pronta reação da sociedade, incluindo empresas e governos, para se protegerem das diferentes formas de ameaças, e isso passa não apenas pelo emprego de tecnologias, que certamente são imprescindíveis, mas também por meio de uma nova abordagem de entendimento das ameaças, adaptando sua cultura, processos e modelos organizacionais para não se tornarem uma presa fácil de predadores digitais. 

Um exemplo concreto de adaptação comportamental pode ser compreendido por um estudo recente de um provedor de serviços de segurança, o qual aponta que 90% dos dispositivos descartados contém dados confidenciais dos antigos donos. A adoção de tecnologias para mitigar e prevenir riscos tem se mostrado eficaz, mas é

importante lembrar que investir em treinamentos é crucial para o enfrentamento das ameaças, uma vez que os funcionários constituem a “primeira linha de defesa” e suas ações individuais podem comprometer a segurança da companhia como um todo. 

A engenharia social é uma característica bastante presente neste cenário: os cibercriminosos costumam entender o perfil do usuário, suas preferências, estilos de vida, receios e criam armadilhas personalizadas. Com isso, o internauta é induzido a clicar em um link e abrem espaços para que hackers tenham acesso aos mais diferentes tipos de dados, como senhas, informações bancárias, números de cartões de crédito ou simplesmente informações pessoais. Dentre os crimes online, os mais comuns são os que costumam oferecer algum tipo de benefício, oferta tentadora ou um serviço de grande valor para o usuário. 

Outro ponto relevante é a compreensão de como as fake news contribuem para este panorama. O intuito das notícias falsas nem sempre é somente desinformar, mas também são ferramentas utilizadas para causar algum dano a quem consome aquela informação enganosa. Atualmente, existem aplicativos e plataformas que contribuem na disseminação das chamadas Deepfake News, nova fronteira das notícias falsas, capazes de facilmente manipular vozes e rostos com apenas uma pequena foto. Com isso, o ciberdelinquente pode gravar falas e simular reações faciais cujas consequências maléficas são incalculáveis para a vítima. 

Como prevenção, o primeiro passo é estar sempre alerta e adotar alguns hábitos que são simples, porém providenciais para não ser alvo fácil destes ataques. Checar se a rede de Wi-Fi é confiável, manter Antivírus, Softwares e Aplicações atualizadas, não clicar em links desconhecidos e verificar a autenticidade de sites e domínios são algumas práticas que podem evitar cibercrimes. 

Além da desconfiança, é importante entender os gatilhos que os ataques buscam. Os crimes mais comuns evocam sensação de medo e de urgência, instigam a curiosidade de quem recebe essas mensagens e, geralmente, aproveitam-se da ganância dos alvos para aplicarem estes golpes. 

Usuários assíduos de serviços digitais, os brasileiros estão constantemente online nas redes sociais. O relatório Digital in 2019, divulgado pelas empresas We are Social e Hootsuite, constatou que 66% da população brasileira está ativa nas redes sociais. É necessário ter o controle e filtro do que é postado, tendo em vista que os perfis contêm informações que podem ser valiosas para quem age com má intenção não só virtualmente, mas também pessoalmente. 

O avanço da tecnologia e dos dispositivos será sempre acompanhado pelo desenvolvimento de novos crimes cibernéticos e ferramentas para lesar os consumidores. Estar atento aos cuidados com a privacidade e entender que não há

dispositivo 100% a prova de hacker, pode ajudar muito na proteção contra crimes e fraudes tanto para os consumidores quanto para as empresas e governos. 

* Por Eduardo Almeida, CEO da Indra e da Minsait no Brasil 

Fonte: Revista Apólice 

n3 start