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25
set

Os impactos da pandemia nos mercados de seguros da América Latina

Que a crise sanitária provocada pelo coronavírus desencadeou profundas transformações ninguém mais duvida. Quais os impactos e efeitos práticos? Nesta quarta, dia 9, a CNseg promoveu um webinar Internacional para discutir o impacto da pandemia nos mercados da América Latina. 

Durante a abertura, Marcio Coriolano, presidente da CNseg, ressaltou que os efeitos da pandemia já foram sentidos em todas as esferas da sociedade. 

Jorge Claude, vice-presidente executivo da Associação de Seguradores do Chile, destacou que de maneira geral, as dificuldades enfrentadas pelos países latino americanos são parecidas e que a indústria de seguros teve algumas iniciativas no início da pandemia que foram importantes. Ele ressaltou que no Chile, os seguros de automóvel foram os mais atingidos. ”A cidade de Santiago, por exemplo, passou 4 meses sem que as pessoas pudessem circular sem autorização oficial, o que parou os seguros de automóveis”. 

Ele lembrou ainda que no fim de 2019, o Chile teve um período de conflitos sociais. “Estávamos preparados para janeiro/fevereiro para trabalhar remotamente pensando nos problemas de desordem pública”, revelou. Com a chegada da pandemia, ele disse que todos os trabalhadores de seguros estavam trabalhando em casa. “Algumas atividades foram consideradas essenciais e alguns escritórios ficaram abertos, mas 90% das pessoas puderam trabalhar remotamente. A atividade da indústria não teve nenhum percalço”, afirmou. 

Luis Enrique Bandera, presidente da Fides, sediado no Panamá, também destacou a queda do seguro de automóveis, mas disse que com a reabertura de alguns países, já há retomada. “Acho que a pandemia rompe os modelos de trabalho, sistemas educacionais, formas de comércio e impulsiona a digitalização”, reforçou Bandera. 

Marcio Coriolano ponderou sobre a importância do trabalho humano em todas as fases do seguro (desde a elaboração do produto até a regulação do sinistro), que não pode ser substituído apenas pela vontade de ocupação do espaço. “Acho que não seremos mais os mesmos,mas a importância do trabalho humano em todas as fases do seguro não poderá ser substituída”, disse. 

Recaredo Arias, presidente da Federação Global das Associações de Seguradoras (GFIA) no México, ressaltou que é preciso ter atenção especial para o trabalho em home- office, principalmente por conta dos riscos cibernéticos. “Fica a discussão se é possível fazer todos os atendimentos digitalmente”, questionou o executivo. Que destacou ainda que o mercado mexicano também fez a cobertura voluntária da pandemia. Ele disse que é preciso investir em tecnologia. “Precisamos fazer isso dentro do setor para não perdermos nosso lugar”. 

Eduardo Moron Pastor, presidente da Associação Peruana de Seguradoras, afirmou que as respostas mais interessantes aos reguladores foi a proatividade para oferecer alternativas para as pessoas que haviam perdido renda. “O setor sofreu muito em termos da capacidade de pagamento das pessoas e as ações evitaram uma resposta populista por parte dos políticos”. Ele disse que o ponto fraco do Peru é o sistema de saúde. “O mercado de saúde privado tem um imenso caminho a seguir, porque a resposta da saúde pública foi muito deficiente”, revelou. 

Ele disse ainda que no Peru o regulador esteve aberto a sugestões e aceitou muitas que foram importantes para as companhias. “O emprego formal caiu drasticamente e o setor sofreu muito com a capacidade de pagamento das pessoas”. 

Miguel Gomez Martinez, da Associação das Seguradoras da Colômbia, informou que o setor conseguiu atender o desafio de passar a operação remota sem dificuldades. “Isso demonstra que, em termos de risco operacional, o setor estava melhor do que esperávamos. A solidez do setor foi suficiente para atender a demandas deste porte”. 

Os quatro dirigentes destacaram que em seus países, houve excesso de apresentação de projetos legislativos que afetam o setor de seguros. Martinez disse que no Peru, são projetos “mal pensados, com grande quantidade de erros”, afirmou. 

Coriolano disse que no Brasil a quantidade de projetos chegou a 3500. “O que demonstra quando se fala em educação securitária que é preciso falar também para alguns integrantes do poder executivo que desconhecem a importância como funciona o mercado de seguros”, finalizou. 

Fonte: CQCS

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